domingo, 1 de novembro de 2009

Novo relatório da ONU promove gênero como uma construção social sem base na natureza

Novo relatório da ONU promove gênero como uma construção social sem base na natureza 

Dr. Piero A. Tozzi

NOVA IORQUE, EUA, 15 de outubro de 2009 (Notícias Pró-Família) — Um relatório técnico sobre a proteção dos direitos humanos no contexto da guerra contra o terrorismo recentemente apresentado na Assembleia Geral da ONU inclui uma redefinição radical do termo “gênero” que é uma construção puramente social sem ligação com a biologia.
Martin Scheinin, fiscalizador especial da ONU, foi instruído a fazer um relatório para a ONU sobre “os abusos de direitos humanos com base no gênero nas ações contra o terrorismo” — com um enfoque presumivelmente visando as dificuldades que sofrem as mulheres que são apanhadas na guerra contra o terror. Em vez disso, em seu relatório, Scheinin declarou: “Gênero não é sinônimo de mulheres, mas em vez disso abrange as responsabilidades sociais que fundamentam o modo como os papéis das mulheres e dos homens, suas funções e responsabilidades, inclusive em relação à orientação sexual e identidade de gênero, são definidos e entendidos”.
Rotulando gênero como “construção social”, o relatório não obrigatório afirma que “gênero não é estático”, mas em vez disso “sujeito à mudança com o tempo e em outros contextos”. Os leitores são instruídos que “entender o gênero como uma construção social e inconstante em vez de uma categoria biológica e fixa é importante porque ajuda a identificar as complexas e interrelacionadas violações de direitos humanos com base no gênero provocadas pelas medidas antiterrorismo”.
Tal definição de gênero foi debatida ferozmente em reuniões formais da ONU durante anos e foi repetidamente rejeitada pelos países membros em documentos negociados da ONU. Há uma tensão de longa data sobre essa questão entre os países soberanos da Assembleia Geral (AG) e a burocracia da ONU. Muito embora a AG tenha repetidamente definido gênero de forma tradicional, a Secretaria de Consultoria Especial de Questões de Gênero e Avanço das Mulheres define gênero, semelhante a esse novo relatório burocrático, como uma construção social.
O Estatuto de Roma do Tribunal Criminal Internacional, que é obrigatório a todos os países que ratificaram, declara que gênero “se refere a dois sexos, masculino e feminino, dentro do contexto da sociedade”. Além disso, dois documentos não obrigatórios de conferências da ONU — a Plataforma de Ação de Beijing de 1995 e o Relatório da Conferência de Assentamentos Humanos realizada no ano seguinte em Istambul — consideram “gênero” como “entendido em sua utilização comum e geralmente aceita”.
Outra preocupação com esse novo documento é sua promoção da “identidade de gênero e orientação sexual”. O documento declara que três tratados — inclusive o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais — agora exigem que os países garantam “segundo a lei e a realidade” a não discriminação na base de “orientação sexual e identidade de gênero”. Em apoio, o relatório cita os Princípios de Yogyakarta, uma declaração sem obrigatoriedade preparada por representantes de várias organizações não governamentais e pelos fiscalizadores especiais da ONU. Contudo, não só os textos dos tratados não mencionam orientação sexual e identidade de gênero como uma categoria de direitos humanos, mas os países membros rejeitaram repetidamente a inclusão de tal categoria.
Originalmente circulada durante os sonolentos meses de verão, o relatório só recentemente começou a atrair a atenção dos delegados da Terceira Comissão da AG, que é um fórum normal para examinar questões sociais contenciosas. Um delegado disse para Friday Fax de C-fam que “não seria surpresa que o documento tenha sido não só apresentado nos meses de verão”, mas também que tenha sido enfiado num relatório pretensamente sobre a luta contra o terrorismo para evitar ser logo percebido. Ele especulou que logo que for implantado, os proponentes começariam a citar o “disfarçado” documento como autoridade adicional em apoio de uma agenda de direitos gays.
Este artigo foi publicado com a permissão de www.c-fam.org
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/oct/09101514.html
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