quarta-feira, 14 de outubro de 2009

2009.2

    

                                                  2009.2                                                


    Magno Reges


   Se me perguntassem, hoje, como será a educação teológica do futuro no Brasil, talvez, eu dissesse que será uma educação que, finalmente, eliminará completamente o analfabetismo teológico. Por quê? Porque, hoje, não são poucas as instituições teológicas e, não são poucos os métodos e recursos de se colocar nas mãos do aluno, em poucas horas, um diploma, desde o bacharel até o doutor em teologia. Experimentem fazer uma pesquisa no Google, procurando, por exemplo, pela expressão “curso de pastor online grátis” e, digam se estou exagerando. Agora, que autoridade moral ou intelectual têm essas instituições, para ditar regras sobre o que é educação e o que não é? E, mais do que isso, que autoridade moral tem essa instituição para “formar” - quando na verdade deformam – homens, que estarão à frente de igrejas e à frente das próprias instituições?
   Por outro lado, notem bem: temos seminários teológicos mais velhos do que, praticamente, todas as novas denominações em operação no país. Que resultados obteve essa longa existência? Essa pergunta deve ser respondida por nossa geração de professores e alunos, por uma razão muito simples: alguns dos mais antigos seminários teológicos dão provas cabais da sua incapacidade, não só para prover uma educação de bom nível, mas até para formar os agentes encarregados de fazê-lo. Então, surgem novas instituições teológicas sem nenhum compromisso moral e intelectual com os alunos, bastando a estes o pagamento dos boletos bancários pelo seu diploma. Então o que fazer?
   Mas não para por aí. ‘O senador Marcelo Crivella apresentou no Senado um projeto de lei para colocar sob o controle do Estado o exercício da teologia no Brasil. Trata-se do projeto de lei n. 114/2005, que pretende fazer da teologia uma profissão regulamentada pelo Estado’. Vocês conseguem perceber as implicações desse projeto de lei? Primeiro – qual o interesse público em regulamentar a profissão de teólogo no Brasil? NENHUM! Trata-se apenas da vontade do Sr. Crivella de restringir o exercício da liberdade profissional que é bem comum a todos. Assim sendo, regulamentar determinadas profissões é uma tarefa que deve ser, criteriosamente, ponderada. Para resumir o projeto “crivelliano”, o Estado assumirá a competência para dizer quem é e, quem não é teólogo. Ou seja, o projeto pretende subordinar os teólogos a um Conselho Nacional de Teologia, o que significa dizer que o Estado pretende uniformizar os postulados da teologia judaica, islâmica, católica e protestante, quando nenhuma dessas religiões parte dos mesmos postulados intelectuais no exercício das suas atividades. Como será isso? Eu não sei como será; perguntem ao teólogo do PRB.
   Que a nossa ação seja direcionada pelas palavras do Apóstolo Paulo – “Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com amor que está em Cristo Jesus” (II Tm 1.13). “Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”. (II Tm 2.1,2). “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. (II Tm 2.15). “Tu, porém, tens seguido de perto o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança”. (II Tm 3.10). “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste”. (II Tm 3.14).


Magno Marcouse Reges – Diretor do STEC/Caruaru


FONTES - http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=62134&codAplicativo=2  
http://legis.senado.gov.br/mate-pdf/4875.pdf

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